Literatura | Tô Miró

Encontrei no Recife o prazer e a sede de produzir e compartilhar arte de artistas das mais variadas linguagens. Trabalhar e viver de cultura aqui é chancela de luta, resistência, protesto e, sobretudo, amor. Felizmente o Estado dispõe de políticas públicas que incentivam a produção cultural, aliás, bem avançadas em relação a minha terra natal que tem tanto a aprender sobre o assunto... Uma das figuras que ganhou meu coração aqui foi poeta Miró, que teve alguns de seus poemas transformados em HQ no livro "Tô Miró" com ilustrações Raoni Assis, Flavão, Ayodê França, Shiko e Christiano Mascaro. 




“Miró fala suas poesias e a gente ouve, sente o cheiro, se arrepia, vê a cena e vive dentro dela” escreveu a jornalista Sheila Oliveira na introdução da obra que conta com a tiragem de apenas 300 exemplares em capa dura para o desespero de pessoas como eu que não puderam ir para o lançamento na Casa do Cachorro Preto em Olinda. E é bem verdade. Miró é conhecido por aqui como o cronista da periferia, possui uma intimidade tão gostosa com as palavras que seus poemas não se encerram em versos ou rimas, talvez por que eu o conheci declamando as próprias poesias, experiência que todo leitor precisa se permitir quando se trata dele, mas nunca experimentei nada tão vivo quanto as palavras que ouvi e li.



João Flávio Cordeiro da Silva, assina a primeira publicação da Casa do Cachorro Preto, dando imagem às poesias de Miró da Muribeca. O livro possui 30 textos escolhidos pelo próprio poeta, essa lindeza de projeto gráfico é trabalho dos talentosos designers Daaniel Araújo e Celso Hartkopf. É a primeira vez que as palavras de Miró estão reunidas em uma HQ.



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