Música | Minhas descobertas de 2016

Comecei a escrever aqui no blog em fevereiro, e desde então, tenho procurado ficar atenta a temas e trabalhos para compartilhar. E que grata surpresa eu tive! Quase um quarto das publicações que fiz até então são sobre música.Segue uma retrospectiva das minhas descobertas de 2016.

Tássia Reis

O som dessa preta ficou no repeat desde a primeira vez que ouvi. De Jacareí para a minha alma, Tássia é dona de uma voz aveludada que leva para o rap, território quase exclusivamente masculino, a leveza da mulher e a força da ancestralidade negra. Há umas duas semanas ela postou em seu canal no youtube o clipe de Se Avexe Não.


Emicida

Com o clipe Mãe Emicida contou um pouco da história de Dona Jacira e fez muita gente chorar de emoção. A música é parte do álbum Emicida Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa, o segundo disco do repper lançado em 2015 é um desabafo social. O Lab Fantasma, Emicida e seu irmão Evandro Fióti lançaram na SPFW uma linha de roupas carregadas de referências africanas  e orientais com modelos fora do padrão estabelecido pela alta costura. Só depois disso veio o clipe de Mandume. Com a participação de outros cantores e cantoras negros como Drik Barbosa, Rico Dalasam, Amiri, Raphão Alaafin e Muzzike a música é um manifesto, um resgate da auto estima negra e um convite a resistência.


Liniker

Essa foi indicação da Jout Jout, carregadas de sensualidade e sedução as músicas de Liniker são um presente para os nossos ouvidos. O clipe da música Prendedor de Varal foi gravado durante o Music Video Festival desse ano numa instalação onde o público participou interativamente de um karaokê da música. O resultado é um vídeo 360° dirigido por Rodrigo de Carvalho, é o primeiro clipe do álbum "Remonta" de Liniker e os Caramelows.


Luciane Dom

Em Madeira e Sal, Luciane resgata a memória do povo preto que foi roubado de sua própria terra. O primeiro trabalho que conheci dela foi Seu Bem, indicação de Ana Paula Xongani, o clipe dirigido por Elton Luz, onde os bailarinos Dilo Paulo e Silvia Patrícia nos convidam a experimentar uma história de amor em curso, o clipe todo em plano sequência que é um delícia de ver, ouvir e sentir.



Arthur Vinih

O som dançante desse preto invadiu a minha casa com esse clipe. Das barbearias e dos salões de beleza para as ruas da cidade Eu Sou Negão é um dos singles mais contagiantes que tive o privilégio de ouvir esse ano! E que venham mais trabalhos assim em 2017 Vinih, estamos todos na expectativa.


Ricon Sapiência

O A Coisa Tá Preta é um exemplo de uma das lutas do movimento negro em ressignificar as várias expressões racistas da nossa língua portuguesa. Se a coisa tá preta a coisa tem que estar boa, pois estamos nos reconhecendo nas mais diversas expressões artísticas, ocupando espaços que antes era negado ao povo negro. Ponta de Lança também fala um pouco sobre isso, nossos cabelos estão se armando, e se der certo, a coisa vai ficar ainda mais preta.


MC Soffia

O que dizer da Rapunzel de Dreads? Soffia veio com tudo apresentando um conceito de princesa que está diante de nossas pretinhas no espelho, não é inimiga da bruxa pois meninas juntas podem conquistar muito mais juntas. (Olha Ana Paula Xongani no clipe interpretando a Rapunzel).



Além desses músicos maravilhosos em 2016 tive a honra de participar da celebração de lançamento do primeiro CD da carreira de Mestre Galo Preto; coquista e patrimônio vivo consagrado aqui em Pernambuco; vibrei de alegria com a remasterização da obra completa de Cartola; descobri 360 giga de Jazz livre para download e para quem tem gente miúda em casa, compartilhei aqui um vídeo do projeto em família Grandes Pequeninos do cantor Jair Oliveira, o Jairzinho do Balão Mágico.

Que venha 2017!

Comentários

  1. eu to ARREPIADA lendo isso! Obrigada! <3

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    1. Luciane sua linda!!! Quem tá arrepiada agora sou eu!! Que delícia te ver aqui no meu blog! Parabéns demais pelo seu trabalho incrível!

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