O ano passado foi marcado por uma série de eventos que motivaram e fortaleceram os debates de gênero. Casos de assédio e abuso sexual, a incrível turnê de Elza Soares com o álbum A mulher do fim do mundo, ataques misóginos a chefes de estado, sobrou até para o tema da redação do ENEM. O protagonismo feminino promete seguir forte em 2017 sobretudo nas artes gráficas, e não é só nas telas que seremos representadas.
O mercado de trabalho para ilustração, sobretudo no mercado editorial que contempla jornais, revistas e livros, ainda segue majoritariamente dominado por homens. Pensando nisso as ilustradoras Julia Rothman e Wendy Macnaughton criaram o projeto Women who draw [Mulheres que desenham, em tradução livre]. Com alguma frequência as artistas abordavam o chefes sobre por que não contratavam mais mulheres e, frequentemente, a resposta ouvida era "Se soubéssemos onde encontrá-las nós até contrataríamos..."
Com a vitória de Donald Trump na corrida presidencial americana o Women who draw tornou-se ainda mais urgente para as suas idealizadoras que combatem a misoginia e o machismo com arte. A proposta é um grande salão onde as ilustradoras expõem seus trabalhos, basta ser mulher, ter um portifólio online ativo, disponibilidade para trabalhar como freelancer e enviar uma ilustração de uma figura feminina que serve de cartão de visita no site. Infelizmente elas não estão mais recebendo candidaturas para participar do projeto, mas em breve as inscrições serão abertas.
Além do recorte de gênero, é possível encontrar artistas a partir de sua nacionalidade, religião ou ausência da mesma, orientação sexual e raça. Basta clicar na ilustração que representa cada artista e você é direcionado para o portfólio pessoal de cada uma. Iniciativas como essa mostram que juntas somos ficamos cada vez mais fortes.
Comentários
Postar um comentário
Gostou do que leu? Conta pra mim!