Sobre representatividade na infância

É brincando que a criança aprende a expressar sobre o que absorve do mundo a sua volta, uma das ferramentas fundamentais para desenvolver a cognição dos pequenos é a boneca. Elas são um dos brinquedos mais antigos da humanidade, e há indícios de sua existência no Egito antigo, aqui no Brasil a tradição chegou graças a diáspora africana. O comércio e as grandes indústrias se interessam bastante pelo público infantil, mas ignoram o contexto histórico e social do país uma vez que é quase impossível encontrar bonecas de pele negra nas prateleiras. É aí que o projeto Era uma vez o mundo entra em cena para fazer a diferença.

A ideia inicial surgiu em 2008, Jaciana começou a pensar na importância de criar alguns brinquedos para o filho e percebeu o quanto era importante construir personagens com os quais ele pudesse se identificar de alguma forma, visto que o mercado não atende essa demanda. Nina Viega, doutora em educação e especialista na metodologia Waldorf, destaca outros problemas nos tipos de bonecas oferecidas pelo grande comércio. "Quanto menos detalhes, e menos adereços e expressões mais a boneca permite que a criança crie. Vale a máxima menos é mais"

Outra abordagem interessante feita pela equipe do projeto Era uma vez o mundo é criar bonecas com a aparência de personagens próximas das crianças, ou por vezes o brinquedo transforma-se numa ferramenta para apresentar figuras importantes como a escritora Carolina Maria de Jesus, a blogueira Luciellen Assis ou a cantora Elza Soares.

Nossa maior conquista até agora foi ter conseguido distribuir o Livro Erê da Era uma vez o Mundo para todas as escolas de educação infantil do Rio de Janeiro através da secretaria municipal de educação. É claro que cada criança que acessa nossos livros nos deixa muto felizes, mas conseguir chegar em tantos espaços educativos de uma só vez nos deu um fôlego grande e a certeza de que estamos no caminho certo!
As bonecas do Era uma vez o mundo também trabalham de forma lúdica a construção da auto estima e aceitação da própria imagem. Não tem como não se apaixonar por cada uma dessas bonecas de pano.



        












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