Sou de uma geração que cresceu acompanhando uma narrativa histórica linear, como se existisse um só lado mesmo, que lia jornais e assistia o noticiários para ficar mais informado, aprendia lendo livros e buscando em enciclopédias informações sobre o passado que justificavam a nossa existência no presente. Uma das coisas mais assustadoras da internet foi que ela deu voz a todo mundo. Felizmente, ao mesmo tempo, isso também foi uma das coisas mais maravilhosas. O feminismo me alcançou através da minha mãe, ainda de forma muito rasa mas a semente já estava ali e brotara. Mas eu sempre quis mais.
Foi na internet que eu aprendi que o discurso não estava só nos livros ou enciclopédias, as mais diversas linguagens podem e são utilizadas para debater o feminino e suas posições em nossa organização social. Não por acaso, eu tenho encontrado cada vez mais pessoas usando a linguagem que melhor dominam para colocar em pauta questões que antes era invisibilizadas ou negligenciadas. A ilustradora Layse Almada coloca em seu trabalho muito mais do que o meu brotinho feminista precisava para crescer saudável.
Aceitação do próprio corpo, a reconquista da auto estima são expressas nas mais diversas formas femininas. É como falar em silêncio, como ouvir alguém sussurrar no ouvido da gente: "Ei, está tudo bem com você. Não tem nada de errado com sua vagina, seus seios, sua pele ou seus cabelos. Você é linda!" É fundamental encontrar outras mulheres nas mais diversas expressões, é assim que o movimento cresce, é assim que nos fortalecemos e aprendemos a nos amar. É tempo de florescer e frutificar.
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