O ilustrador Vince Low agrupa traços firmes transformando-os em um difuso estudo de luz e sombra. Retratos de personalidades consagradas em Hollywood, atletas em ação, músicos que marcaram a história por seu talento e sua filosofia de vida. O olhar se perde no emaranhado vibrante que ganha formas humanas em movimento. Disléxico, o artista viveu na infância e a adolescência a dificuldade de realizar tarefas simples passadas pelos professores e perseguição dos colegas.
"Quando eu era jovem, lembro de me sentir mal em quase tudo o que tinha feito. Minha deficiência de aprendizagem me deu inúmeras lembranças terríveis na minha infância."
Na adolescência se envolveu com gangues de arruaceiros, começou a fumar e sentiu ali que finalmente tinha encontrado o lugar onde era aceito, independente de suas dificuldades. Um grande amigo lhe chamou a atenção, preocupado com a forma como ele estava conduzindo a própria vida, alertou que cedo ou tarde isso teria um alto preço e que não gostaria de vê-lo em maus lençóis. Daí em diante lutou para superar os problemas de aprendizagem, mas falhou.
Com o apoio dos pais, Vince passou a se dedicar mais ao desenho, já tinha alguma habilidade, e se apaixonou pela arte. Finalmente conseguiu enxergar um caminho a ser trilhado. Descobriu a dislexia anos depois no trabalho durante o desenvolvimento de uma campanha publicitária
"A deficiência de aprendizagem que eu tinha experimentado não era normal para todos, a maioria das pessoas não vê as letras pulando, movendo ou piscando quando elas lêem. Fiquei completamente surpreso; Não sabia o que sentir."Daí em diante passou a se dedicar em campanhas educativas sobre o transtorno, que para ele não é mais uma maldição mas uma bênção disfarçada. Hoje Vince é chefe de ilustração no grupo Grey Group Kuala Lumpur, na Malásia.
"Eu acredito que campanhas de conscientização bem-sucedidas ajudarão a mudar a vida de muitas crianças, o que os orientará para o lado melhor e mais brilhante de ser disléxico"
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