O presente é feminino

Como é prazeroso observar o crescimento da pluralidade de vozes nas artes em geral, sobretudo com produção engajada. Já escrevi aqui no blog sobre iniciativas com o Women Who Draw que ajudam a dar visibilidade a ilustradoras ao redor do mundo, e sigo encantada o trabalho de tantas artistas contemporâneas, não somente na internet, mas conquistando o mercado editorial com sensibilidade e força. Priscila Barbosa é uma dessas que fazem carinho no coração da gente a cada novo trabalho.

A artista conta que sempre foi uma criança bastante introspectiva, encontrou no desenho uma forma de passar o tempo e de se expressar. Mais adiante, quando chega aquele dia de definir o que a gente vai ser quando crescer, Priscila ingressou na faculdade de artes visuais e se viu diante do desafio de desconstruir-se para encontrar sua personalidade no desenho.
Na minha opinião, desenho é treino. Acredito sim que exista uma aptidão inicial, mas o interesse por se aprimorar prevalece. Desenho desde sempre, e muitas horas na semana, então já são uns 25 anos nesse processo e aprendizagem. Quando fui pra faculdade de Artes Visuais o processo foi inverso, desconstruir a minha ideia de desenho e de beleza, colocar uma poética no fazer e não me preocupar tanto com uma técnica imaculada.
Aquarela, guache ou ilustração digitalas figuras femininas entre manchinhas, dobras e celulites, conduzem o observador a olhar de formar mais afetuosa para o corpo das mulheres que nos cercam. São nossas amigas, nossas avós, nossas mães e até nós mesmas. É como florescer. Como se dar conta de que não há necessidade de remediar as marcas do tempo e da vida em nós, pois eles traduzem nossos processos de crescimento, de maturidade, de identidade, de sobrevivência. 

Priscila celebra em sua obra o sagrado feminino em suas mais variadas nuances, pois somos assim, diversas. Passear no feed do Instagram  dela é enxergar beleza, e saudade, no ordinário no comum, no simples. Conhecimento transforma, e caminhar de mãos dadas só fortaleceu a sua identidade de mulher feminista, mesmo tardia. 
Passei uns dois anos me perguntando se eu era feminista e tentando entender do que se tratava o movimento, porque existe muita informação errada e muita opinião pessoal por aí que é dada como fundamento. Aos 25 mais ou menos fui me acostumando com a ideia de me​ colocar como mulher feminista
Com trabalhos publicados em veículos de grande circulação, como a revista Cláudia e o portal Uol, Priscila partilha essa conquista com cada mulher feminista que engrossou o coro na luta por mais igualdade e respeito entre os gêneros. Essas mulheres são o grande público alvo de muitos desses canais. Por isso acredita que silenciar nossas inquietações não é mais uma opção, precisamos falar para que nos deem ouvidos e ecoem as nossas vozes.














Compre esses e outros trabalhos incríveis da artista

Comentários

  1. Amei o post muito lindo e criativo,
    Beijos, te sigo

    https://coisasdecrespasoficial.blogspot.com/2018/05/eu-sou-uma-blogueira-de-verdade-sim-ou.html

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  2. Quantas ilustrações maravilhosas. Queria ter esse talento, mas infelizmente não o possuo. Salvei algumas imagens pro meu wallpaper do noot.

    Vidas em Preto e Branco

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