Cinema | A fábula de vó Ita

Quando eu era menina, uma das coisas que eu achava mais linda nesse mundo era a caixa de lápis de cor. Era tão lindo ver os lápis ali lado a lado como se fossem amigos da vida toda. Eu gostava de imaginar que eles eram irmãos, que vieram da mesma árvore, e agora, estavam realizando o sonho de pintar todo tipo de desenho juntos. Infelizmente na escola eu e outras tantas crianças não foram educadas a perceber a beleza que existe em nossas diferenças. Por isso, Joyce Prado e Thallita Oshiro são responsáveis pelo filme A fábula da vó Ita.

Essa semana, ao chegar em casa, minha vizinha me deu um pacote entregue pelos correios em meu nome cujo remetente indicava a produção. A encomenda era uma recompensa que recebi por ter contribuído na finalização do curta. Elas conseguiram captar recursos graças ao edital Carmen Santos Cinema de Mulheres, que premia produções audiovisuais de autoria feminina. Como o orçamento acabou sendo maior que o planejado, as produtoras resolveram recorrer ao Catarse para suprir os custos que ficaram em aberto.

O filme conta a história de Gisele dona de cabelos lindos e cheios de vida, mas os colegas da escola debocham dela por conta disso. Sensibilizada com experiência da pequena, vó Ita conta a história de uma princesa que passa por uma situação muito parecida e que se reencontra com a mãe justamente por conta dos cabelos que se alteram de acordo com suas emoções.

O filme ainda não tem previsão de lançamento, mas meu coração tá numa ansiedade danada para ver esse trabalho tão lindo, fora a felicidade de multiplicar uma história tão parecida com a minha. O mais lindo é perceber que nunca estive sozinha...